Iansã – Oyá: a Deusa guerreira dos ventos, tempestades e fogo!

Conheça mais sobre sua história e energia de transmutação!

Falar dessa Yabá é trazer força e empoderamento! Iansã – Oyá vem movimentar e transmutar o velho e estagnado e nos desafiar e impulsionar para o que de novo deve surgir!

Sou Marisilda Brochado, Enfermeira Obstétrica, Terapeuta Holística, Master Reiki, Canalizadora do SEA. Boa leitura!

Quem é Iansã – Oyá?

Orixá Oyá (ou Oiá) tem esse nome em função do rio Níger, na Nigéria, onde seu culto é realizado.

O nome Iansã foi dado por Xangô, que faz referência ao entardecer. Iansã quer dizer a mãe do céu rosado ou a mãe do entardecer.

Oyá é conhecida como a rainha dos raios, senhora das tempestades, rainha guerreira e esposa de vários Orixás, especialmente Orixá Xangô e Orixá Ogum.

Mas esse reforço de guerra e força de Iansã é devido à demanda da diáspora. Africanos foram confinados à ostensiva e degradante dominação racial e escravidão e, para resistir e ter liberar, toda fonte de força deve ser usada.

Oyá é conhecida como a energia transformadora da realidade. Ela destrói e (re)constrói a todo momento.

Ela impede a ruína do mundo, que sem Oyá, estaria condenado ao apodrecimento e sua abundância se converteria em escassez. Vamos visualizar:

Um corpo está vivo quando está fazendo trocas constantes de energia e matéria com o ambiente pela respiração, hidratação e alimentação.

O mantém um corpo constantemente limpo e revitalizado é a circulação incessante da matéria e energia pelo organismo, deixando em cada parte os nutrientes necessários. Mas também recolhendo as toxinas e dejetos para serem expelidos pela expiração, suor, urina ou fezes.

Esse axé de circulação, evolução e destruição é Oyá, que faz o movimento acontecer, no corpo e no mundo.

Ela é essa energia matriarcal e feminina dinâmica que faz pulsar a vida, que está diretamente ligada à transformação da vida. Em toda sua glória, ela consegue ser rainha, guerreira, serva, animal, coral ou vento.

Já Iansã, é o esteriótipo da mulher guerreira, que não tem medo de arriscar-se e mudar de direção, caso julgue necessário. Ela vai à batalha sempre pronta para lutar.

Quem ora pela ajuda de Iansã e Oyá, encontra em sua essência a garra e a coragem necessárias para vencer na vida e alcançar os seus objetivos almejados.

A história de Oyá

Oyá, antes de guerreira e forte, é o maior rio do oeste Africano, que nasce na Guiné e segue sinuoso pelo Mali, Níger, Benin e Nigéria.

O rio Oyá é um só curso, mas muitos rios. Em na força e fluidez de suas águas negras, passa por muitas paisagens.

É o rio da riqueza, pois está ligado ao comércio e política dos impérios e reinos Iorubás do oeste Africano.

Assim como o rio Nilo para o Kemet (Egito) à leste, e o Rio Congo para os Bakongo ao sul da África, o rio Oyá é sinônimo de vida da flora e fauna, de fertilização do solo para plantações, abastecimento hídrico para os povos, transporte e proteção natural contra invasões.

No território que hoje chamamos de Iorubalândia, vemos que o rio Oyá está mais ao norte dele. Sendo Irê, a cidade de Ogum, a mais próxima ao sul, seguida de Ifé e Oyó, a cidade de Xangô. Entre essas duas últimas, passa os rio das Yabás Oxum (a Deusa do Amor) e Obá (a Deusa Guerreira), que desembocam em um grande lago perto do mar, na antiga capital nigeriana de Lagos.

A história de Iansã

O mito de Iansã conta que ela, junto ao Orixá Ogum, trabalhavam juntos na forja de metais, fabricando ferramentas de trabalho para colaborar na construção do mundo. E também na fabricação de armas de guerra, já que ambos eram apaixonados pelo combate.

Ogum admirava Iansã por ser uma ótima parceira de trabalho e companheira, já que era uma guerreira livre. Juntos, eles adotaram o Orixá Logunedé, que havia se perdido de seus pais Oxum e Orixá Oxóssi.

Um dia o Orixá Xangô visitou seu irmão Ogum para encomendar algumas armas. Assim que ele e Iansã se viram, apaixonaram-se.

Ela abandonou Ogum e Logunedé e tornou-se uma das três esposas de Xangô (junto a Oxume  Obá). Juntos coordenavam as lutas e ela passou a enviar seus ventos para a limpeza do mundo, e para anunciar a chegada dos raios e trovões.

Iansã também percorreu muitos reinos e viveu com outros Orixás, pois tinha como objetivo conhecer e aprender sobre todas as coisas.

  • Ogum ensinou a ela sobre manuseio da espada;
  • Com Oxaguian aprendeu a como utilizar o escudo para se defender;
  • Orixá Exu a ensinou sobre os mistérios do fogo e da magia;
  • Com Oxóssi aprendeu a caçar, a tirar a pele do búfalo e se transformar no próprio animal com magia;
  • E com o próprio Logunedé aprendeu a pescar.

Qualidades de Iansã – Oyá

  • Animais de poder: Bufalo, coruja e cabra;
  • Saudação a Iansã: Eparrei!  – Significa: Olá, com muita admiração!
  • Símbolo de Iansã: raio, espada e o Irukerê (uma espécie de chicote feito com cauda de búfalo que tem por finalidade conduzir os Eguns / espíritos / almas);
  • Dia de Iansã: quarta-feira e 4 de dezembro;
  • Cores de Iansã: vermelho, amarelo, laranja, marrom;
  • Numero: 9
  • Comidas e oferenda para Iansã: flores amarelas, espadas de iansã. acarajé, abará;
  • Oyá e Insã no sincretismo: Santa Bárbara
  • Domínios: babuzal, tempestades, ventanias, raios, fogo, morte

Acarajé e Abará: oferendas e pratos típicos

Baiana do Acarajé. Fonte: BND

A palavra acarajé ou àkàrà significa bola de fogo. Je significa comer. Àkàrà-je “bola de fogo”.

O acarajé é um dos pratos mais típicos e conhecidos da Bahia, uma oferenda das religiões de cultura afro-brasileira, e tem uma origem interessante:

Iansã foi à casa de Ifá (oráculo africano) buscar um alimento para seu marido Xangô, que entregou-lhe recomendando que quando ele comesse, falasse com o povo.

Desconfiada, Iansã o provou, mas nada aconteceu. E quando entregou o preparado a Xangô, esqueceu de repassar as recomendações do Ifá.

Xangô comeu e começaram a sair labaredas de fogo da sua boca e de Iansã. Diante disso, o povo começou a saudá-los de grandes reis de Oyó, do fogo.

Receita do Acarajé:

  1. O feijão-fradinho deve ser quebrado em um moinho em pedaços grandes;
  2. Em seguida, colocado de molho na água até a casca soltar;
  3. Sem casca, deverá ser passado no moinho até tornar-se uma massa macia com aparência de espuma;
  4. Por fim, deverá ser frita no azeite-de-dendê.

Segundo a tradição, o primeiro acarajé de uma leva é sempre oferecido ao Exu.

Receita do Abará:

    1. Seguir a mesma receita do acarajé, mas na massa acrescentar cebola ralada, sal e duas colheres de dendê;
    2. Quando a massa estiver pronta, envolver a massa em folha de bananeira;
    3. Por fim, cozer em vapor e em banho-maria;
    4. Servi-lo na própria folha.

Tipos de Iansã – Oyá – e suas qualidades

Muitas são as faces e qualidades de Iansã que aparecem nos mitos dessa Orixá. Dependendo do momento, da fase de seu mito e das necessidades apresentadas pela divindade ela se mostra de diversas formas e arquétipos, que podem ser identificadas em sua personalidade, dons, formas de agir e companhias.

Ao total são quase 30 tipos de Iansã, seguem algumas delas aqui:

  1. Abomi ou Bomin: relacionada a Xangô e Oxum;
  2. Afefe: comanda os ventos;
  3. Gbale ou Igbalé ou Balé: tem domínio sobre os mortos;
  4. Maganbelle ou Agangbele: mostra a dificuldade quanto à geração de filhos;
  5. Messan ou Yamesan: foi esposa de Oxossi, meio animal e meio mulher, mãe dos nove filhos;
  6. Odo: ligada às águas e apaixonada pelo carnal;
  7. Ogaraju: uma das mais antigas no Brasil;
  8. Onira: ninfa das águas doces;
  9. Semi: fundamento com Obaluaiê;
  10. Tope ou Yatopé ou Tupé: ligação com Xangô e roupas brancas;
  11. Oya Ygbale: Oya Mensan Orum, “mãe dos nove céus”.

Mais tipos de Iansã – Oyá: Akaran, Tiodô, Leié, Oniacará, Arira,Bagbure, Bamila, Gunán, Kedimolu, Kodun, Luo eró ossaim, Onisoni, Sinsirá, Sire, Yapopo, Petu, Biniká, Filiaba, Bagan, Seno.

Como se conectar com essa Deusa e receber suas bençãos

Orixá Oyá nos traz a mensagem de que, é chegada a hora  de transmutar tudo o que está velho e estagnado em nossas vidas. Devemos aceitar novos pensamentos, adotar novas atitudes, bem como, novos padrões de comportamento.

Em momentos com estes em que vivemos confinados, em isolamento social, tivemos uma oportunidade de introspecção e revisão dos nossos valores, conceitos e pré-conceitos.

Agora vida segue, recomeçar aproveitando todo o aprendizado, de cuidados pessoais, familiares e coletivos, em prol da preservação da vida e do Planeta.

Oyá te direciona a meditar sobre os seus aprendizados até agora  e sobre o que quer modificar em sua vida. Peça ajuda da Yabá Oyá, fazendo a oração abaixo e siga para a ação:

Oração para Iansã – Oyá

“Minha Mãe Iansã, Minha Mãe guerreira, que seus ventos e tempestades façam uma limpeza em minha vida, limpando toda e qualquer energia negativa, limpando toda a resistência, procrastinação e ilusão.

Minha Mãe guerreira, me dê forças para a busca dos meus objetivos, a favor minha melhora material e espiritual. Minha Mãe Iansã, Minha Mãe guerreira, que seus ventos e tempestades façam uma limpeza em minha vida, limpando toda e qualquer energia negativa, limpando toda a inveja, desonestidade e falsidade.

Com sua espada, permita que eu triunfe sobre todos os que me querem mal, afastando de mim todos os inimigos velados e inimigos declarados.

Minha Mãe guerreira, me dê forças para a busca dos meus objetivos, para a minha melhora material e espiritual.

Que os bons ventos de boas mudanças cheguem em minha vida, que a sua energia venha como o Sol, iluminando meus passos e minha vida.

Eparrei!”

Músicas de Iansã – Oyá

Ah! Eparrei!
Ela é Oyá! Ela é Oyá!

Para potencializar a realização de seus objetivos criei o SEA – Sistema de Energização Axé, abençoado pelos Orixás e as Yabás.

Para saber mais, acesse: Sessão de SEA (Sistema de Energização Axé): uma terapia leve e poderosa para você se reconectar com seu amor próprio e poder pessoal!

Ilustrações de Orádia Porciúncula 

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Este e-book faz parte de uma série sobre os Orixás e as Yabás: uma maneira de conhecer e honrar as matrizes culturais e espirituais africanas. Em honra e reverência aos nossos ancestrais, agradeço, me entrego e me coloco a serviço!

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